Nossos pensamentos afetam nossas emoções e comportamentos
O que pensamos influencia no que sentimos e conseqüentemente em nossos comportamentos. Assim, ter pensamentos mais adequados às situações traz como conseqüência emoções e ações mais eficazes. Diferentemente do que possa parecer nossos pensamentos definem nossas emoções e determinam nossos comportamentos. Há relação estreita entre o que se pensa, o que se sente, e a maneira como nos comportamos.
Você já parou para pensar quais são os pensamentos negativos que constantemente ocupam a sua mente? O que esses pensamentos querem te dizer? Você tem consciência de como isso atrapalha sua vida, sua saúde e seus relacionamentos?
Somos “bombardeados” por centenas de pensamentos ao longo do dia. Estes pensamentos ocorrem de forma involuntária, muitas vezes rápida e na maioria das vezes automática (pois mal os percebemos) surgem espontaneamente, em fração de segundos e podem ser verdadeiros ou falsos, geralmente se apresentam disfuncionais, na medida em que, muitas vezes, nem nos damos conta de sua existência, percebendo apenas a reação emocional dele decorrente.
Pensamentos automáticos podem ser palavras, imagens ou recordações e brotam em nossa mente o tempo todo e podem alterar nosso humor e nossas reações. Estes pensamentos são incômodos, infundados e contraproducentes. Exemplo Pensamentos negativos a respeito de si mesmo: “Eu sou incapaz” ou “Nada que faço dá certo”. Pensamentos negativos a respeito do mundo ou dos outros: “Minha vida não é boa” ou “Ninguém gosta de mim”, Pensamentos negativos a respeito do futuro: “Nunca serei alguém”, “Meu futuro é incerto e sem esperanças” ou “Não serei feliz”, “vão rir de mim”, etc. O perigo é que podemos assumir pensamentos automáticos como verdadeiros. Aquela conhecida estratégia de contarmos até dez, faz sentido quando se relaciona pensamento automático, emoção e comportamento. O famoso pavio curto, aquele que não pensa para reagir, e age sem pensar, também pode ser aqui considerado.
A boa notícia é que é possível usar a nossa mente consciente para julgar e avaliar tais impressões e concluir se vamos aceitá-las ou rejeitá-las.
Os processos cognitivos (pensamentos), não devem ocorrer de forma tão automática. Antes de deixar um pensamento dominar a percepção do evento, deve ser considerado que um evento pode ter mais de uma interpretação.
Se seu pensamento for muito acelerado há maior risco de que a emoção decorrente de pensamento automático (também em maior intensidade) seja imediatamente transformada em ação sem o devido confronto com a realidade e, ai, então, se exteriorizar em comportamentos irrefletidos: impulsividade, agressividade, ofensas, ou outras atitudes antes-sociais, reprovadas. Pode ter mais compulsões, mais irritabilidade, etc.
Quando procuramos perceber uma situação além daquela que percebemos automaticamente, questionando-a, ampliamos nosso modo de interpretar a situação ou suas causa e agimos com mais adequação, mais sobriedade, mais educação, mais simpatia. Ao aumentarmos as possibilidades alternativas das causas ou resultados daquele evento, sobre o qual pensamos automaticamente, temos como resultado ampliar nosso foco de visão, fazendo com que nossa percepção seja confrontada com a realidade. Admitindo outras possibilidades de interpretação dos fatos podemos ter uma diminuição na credibilidade do pensamento negativo (disfuncional), resultando numa intensidade menor da emoção ou desconforto resultante desse pensamento.
Pensamentos automáticos são decorrentes de crenças centrais e intermediárias. As crenças centrais geralmente iniciam seu desenvolvimento na infância e são consideradas pelo indivíduo como “verdades absolutas”. São entendimentos sobre si, os outros e o mundo fundamentais e profundos que as pessoas comumente não os articulam, muito menos os questionam, mesmo que causem sofrimento e interpretações disfuncionais da realidade. As crenças intermediárias correspondem às regras, atitudes e suposições criadas pelo indivíduo a partir das crenças centrais. As crenças centrais e intermediárias surgem a partir da interação social do indivíduo com o meio. Esse processo começa nos primeiros estágios do desenvolvimento e fornece ao indivíduo uma “teoria” coerente sobre o mundo para que ele possa se adaptar a realidade. Quando essas crenças não são funcionais acarretam distorção da realidade e transtornos psicológicos como Depressão, Transtorno obsessivo-compulsivo, Fobia Social, Pânico, Ansiedade Generalizada, entre outros.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica