Arquivo mensal: maio 2014

Procrastinação: empurrar com a barriga

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                Procrastinação: empurrar com a barriga

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  Procrastinar é uma das grandes causas de insucesso acadêmico, fonte de muito sofrimento e conflitos, porque a inércia incomoda as pessoas ao seu entorno, sobretudo, familiares que acabam mantendo cobrança constante sob o procrastinador. Procrastinar é adiar sucessivamente uma tarefa ou decisão. A pessoa fica dividida entre o dever e o laser ou ócio, porém se mantém acomodado, ou seja, continua adiando a iniciativa em fazer o que tem que ser feitor, embora se sinta culpada e estressada com culpa e cobranças. Não estudar para um exame que vai acontecer daqui a cinco dias, não estar preparada e ficar tranqüilo e relaxada assistindo televisão ou passeando pelo shopping sem se importar ou não se sentir culpada por isso, então ela estará procrastinando. As pessoas que adiam atividades fazem coisas como deixar o quarto a um estado de desorganização incontrolável, empilhar a louça na pia da cozinha, deixar de ir ao médico porque vai perder tempo, desistir de terminar a leitura de bom livro, deixar de iniciar um trabalho, etc. O comportamento de procrastinação é desenvolvido ao longo da história de vida do indivíduo e se torna um hábito. Em sua dinâmica de vida, devido às freqüentes repetições deste comportamento e possíveis conseqüências positivas (não sentir desconforto), a pessoa adquiriu um hábito comportamental. Os procrastinadores, não sentem motivados a realizar tarefas e estão sempre dizendo que o farão depois, só que esse depois é postergado, não chega nunca, simplesmente porque tarefas lhe trás desconforto ou lhes são desagradáveis ou ainda, lhe exige esforço, atenção, tempo e motivação. Os procrastinadores usam mais frases do tipo “eu devo fazer tal coisa” que as outras pessoas. Eles dizem a si mesmos “Devo começar um trabalho, já perdi muito tempo”, “Devo terminar a faculdade, não posso continuar assim”. “Devia estudar para o vestibular, o tempo está passando”. Na verdade, quanto mais afirma para si que devia fazer algo, mais difícil se torna a tomada de decisão em começar agir. Por certo o procrastinador deveria melhor banir do seu vocabulário frases do tipo: “eu preciso”, “eu devo”, e substituí-las por: “É desejável que eu faça” , “ é benéfico eu fazer”, “me é vantajoso tomar tal atitude”, essas frases sugeridas refletem melhor a razão pela qual se deve fazer algo. O procrastinador está sempre cansado, exausto, culpando o destino, a sorte ou melhor o azar. Parece que nada dá certo para ele. Seria importante atentar para suas reais responsabilidades e se conscientizar das possíveis vantagens em se fazer o que se propõe. Se pensarmos que nada lucramos em fazer algo ou se temos coisas melhores a fazer, não se terá a motivação necessária para tomada de iniciativa. No entanto, se for vantajoso, então se fará a tarefa porque se quer, e não porque “devíamos”. Vamos ao médico ou ao dentista, porque é melhor para nós, para a nossa saúde. Estudamos, porque queremos acabar um curso. Arrumamos os papéis da mesa, porque produzimos mais e melhor com mesa arrumada. Organizarmos nosso quarto, para dormirmos melhor, mais relaxado. Crenças e Pensamentos Disfuncionais, a forma como se pensa (isto é, aquilo que as pessoas dizem a si próprias) influencia a atitude face às varias tarefas de manutenção ou de desenvolvimento que se pensa realizar. Por exemplo, pensamentos como “Não consigo ser bem sucedido em nada”, “Não tenho as competências necessárias para desempenhar tais tarefa”, “não vou dar conta de realizar o que pretendo” podem levar a sentimentos de inadequação que conduzem ao adiamento. Aqueles que acreditam “veementemente” que são incompetentes nesta ou naquela tarefa (ou mesmo em geral) “estão certos” de que vão falhar e procurarão evitar a sensação desagradável de ver as suas competências testadas. Ás vezes, o procrastinador se acha competente de mais e não aceita realizar qualquer tarefa e então procrastina até encontrar essa “coisa melhor” que na verdade, não existe para ele. Existem muitos outros tipos de pensamentos disfuncionais, como acontece quando o procrastinador encara uma recaída como um fracasso total; quando sente as tarefas como esmagadoras e irrealizáveis; quando pensa que ao ignorá-las vão acabar aparecendo feitas, tipo (tupã está me ajudando) ou acabar desaparecendo por encanto ou magia; ou quando desenvolve a tendência a subestimar o tempo e o esforço necessário para realizar a tarefa, ou dificuldade em encará-la; ou ainda, quando se pensa que a motivação tem que preceder a ação – “tem que estar muito motivado para fazer algo, aparentemente menos atrativo, etc. Outro aspecto analisado na procrastinação, tanto acadêmica como na vida diária, especialmente, são as crenças falsas, como: “tenho que ser perfeito”,”é mais seguro não fazer nada do que correr o risco e falhar”, num modelo de esquiva descrito por Burka e Yuen (1991). O procrastinador assume a crença de que pessoas bem sucedidas se sentem sempre confiantes e facilmente alcançam os seus objetivos sem ter que enfrentar sentimentos de frustração, incertezas e fracassos. O sentimento de culpa aparece porque, sem conseguir controlar o próprio tempo, os procrastinadores sentem que o dia passa sem que tenham produzido o mínimo necessário. Assim, criam um caos pessoal que acaba em sentimentos depreciativos. Há casos de gente que se endivida por perder prazos de pagamentos, que fica desempregada ou passa por crises de auto-estima. Estudos de pesquisa vão ainda mais longe. Para a pesquisadora Fuschia Siroisela, a procrastinação é caso de saúde pública. Ela descobriu que aquele costume de deixar a ida ao médico para depois ou postergar a matrícula na academia causa problemas de saúde definitivos. O ato de adiar pode estar relacionado à exigência de perfeição – pessoas perfeccionistas preferem tarefas desafiadoras às fáceis de realizar. Segundo Patricia Sommers, entre uma série de variáveis que favorecem a enrolação, o medo do fracasso é a líder da lista. “Aqueles que mais têm medo de errar são os que mais procrastinam.” Na hora de botar a mão na massa, acabam adiando a realização da tarefa por medo de errar. Também pode haver, na raiz da procrastinação, um pouco de auto-sabotagem. Se achando pouco merecedor dos benefícios que a tarefa poderia lhe render, o procrastinador supervaloriza os obstáculos que o impedem de cair de cabeça no trabalho, acabando com a possibilidade de fazê-lo bem-feito. A procrastinação é também uma forma de se lidar com emoções e sintomas físicos que acompanham alguns problemas mentais, como Transtorno de Déficit de Atenção, Depressão, Ansiedade de Separação, Ansiedade Generalizada, Transtorno Bipolar ou Transtorno Obsessivo-Compulsiva. As causa são basicamente três: a genética biológica do organismo do indivíduo (neurotransmissores, hormônios, comportamentos reflexos e motores), a educação que ele recebeu, somada as suas experiências de vida, e a cultura em que ele está inserido. Nesse último caso, o Brasil não dá modelos de condutas assertivas, que envolvem organização, planejamento, autocontrole, limites e outros. Na grande maioria das vezes na infância quando as crianças são extremamente cobradas pelos pais, acreditam que não conseguirão realizar suas tarefas de modo satisfatório e acabam postergando por medo e insegurança tudo que for importante. E também o outro lado da mesma moeda, ou seja, crianças extremamente protegidas, pois acreditam que sempre alguém fará por elas. Tornando-se assim, adultos inseguros para agir quando alguém não as tiver auxiliando. Porém, o que mais explica a procrastinação é o fato do procrastinador valorizar muito mais o momento presente que do futuro, ou seja, o Carpe diem, o hedonismo, ou seja, a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável. Quando o indivíduo não aceita fazer as coisas de forma gradual e progressiva e insiste pular etapas. Por isso, um jeito de evitar a procrastinação é mudar a forma de pensar. Enquanto problema comportamental, tal como outros problemas ligados à saúde mental, pode ser tratado com psicoterapia associados a psicofármacos. Profa Dra Edna Paciência Vietta Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto

Mecanismos da mente humana e a terapia cognitivo-comportamental

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                       Mecanismos da mente humana e a terapia cognitivo-comportamental

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                                                                Mecanismos da mente humana e a terapia cognitivo-comportamental
A Cognição é um termo amplo que se refere ao conteúdo dos pensamentos e aos processos envolvidos no nosso ato de pensar. Assim, são aspectos da cognição as maneiras como percebemos e processamos informações, os mecanismos e conteúdos de memórias e lembranças, estratégicas e atitudes que utilizamos na resolução de problemas. Cognição é o ato ou processo da aquisição do conhecimento que se dá através da percepção, da atenção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Mas, a cognição é muito mais do que simples aquisição de conhecimento e, conseqüentemente, a nossa melhor adaptação ao meio – é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual nós seres humano interagimos com os nossos semelhantes e com o meio em que vivemos, sem perder nossa identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória. Daí a cognição ter importante função adaptativa e o seu desenvolvimento permitir uma progressiva complexidade, flexibilidade e sofisticação na capacidade de resolução de problemas. A Ciência da Informação definida como ciência interdisciplinar propõe diversos pontos de intersecção com outras áreas do conhecimento que lhe são correlatas. Neste sentido, aspectos informacionais tangenciam com processos da psicologia cognitiva a fim de desvendar os “mecanismos” da mente humana sob o ponto de vista social ao qual se apresentam Assim, a terapia Cognitiva baseia-se no pressuposto teórico de que os afetos e os comportamentos de um indivíduo são determinados em grande medida pelo seu modo de estruturar o mundo. Isto quer dizer que a visão que temos do mundo, influencia a forma como pensamos, sentimos e nos comportamos diante da vida. A Terapia Cognitiva tem suas origens em correntes filosóficas e religiões antigas como o estoicismo grego, taonísmo,budismo que postulavam a influência das idéias sobre nossas emoções. Historicamente a Terapia Cognitiva teve como precursora a Terapia Racional-emotiva de Ellis, mas foi Aaron T. Beck que lhe deu os contornos atuais. ( RANGÉ 2001 a ) De acordo com BECK et al. (1997a), nossos pensamentos agem diretamente na forma como nos sentimos e agimos, sendo assim, uma das formas de melhorarmos nosso estado de humor é controlarmos nossos pensamentos, no sentido de que exerçam um efeito realista sobre a forma como nos sentimentos perante a nós mesmos, ao mundo e ao nosso futuro (tríade cognitiva). A forma como percebemos e avaliamos os acontecimentos externos e internos a nós, irá determinar a forma como iremos nos sentir e conseqüentemente agir perante esses acontecimentos. A forma de enxergarmos o mundo irá determinar a forma que nos sentimos e agimos. Pensamentos distorcidos devem ser corrigidos e controlados, e pensamentos realistas que acarretam em sentimentos desagradáveis devem ser submetidos a uma busca por solução de problemas Observando e descrevendo as emoções que sentimos, e fazendo uma conexão entre o que sentimos, e o que previamente a esses sentimentos, pensamos, podemos buscar fazer uma avaliação realística de nossos pensamentos, para que assim confrontemos nossos pensamentos distorcidos e sentimentos desagradáveis gratuitos, e os substituímos por pensamentos mais condizentes com a realidade. Crenças são “certezas” que construímos ao longo da vida, através da nossas experiências sendo que algumas podem nos condicionar, como por exemplo: Tenho que ser perfeito; Sou um incapaz; O mundo é perigoso. “A forma como compreendemos nossos problemas tem um efeito em como lidamos com eles” (GREENBERGER & PADESKY, 1999, P.13). Nossas crenças, principais sistemas de avaliação da tríade cognitiva, e mais profundamente arraigadas e previamente estabelecidas mediante aprendizado, determinam nossos pensamentos automáticos, pensamentos estes a quais não fazemos nenhum tipo de avaliação realista, simplesmente os sentindo quando nos remetemos a algum estímulo que de algum modo faça parte do modelo em que aprendemos previamente e estabelecemos a crença. “Não nos apercebemos dos pensamentos que direcionam nosso comportamento, porque nossas ações tornaram-se rotina. Entretanto, quando decidimos mudar ou aprender um novo comportamento, nossos pensamentos podem determinar se e como essa mudança ocorrerá” (GREENBERGER & PADESKY, 1999,P.25). As técnicas psicoterápicas da Terapia Cognitiva auxiliam a identificar, avaliar, controlar e a modificar as crenças que comandam a visão de mundo e que podem ser disfuncionais. Assim, o terapeuta cognitivo deve fazer perguntas a respeito de cinco aspectos da vida do paciente: pensamentos (crenças, imagens, lembranças), estados de humor, comportamentos, reações físicas e ambiente (passado e presente), visto que essas áreas estão interligadas, de tal forma que cada aspecto diferente de sua vida influenciará todos os outros e que pequenas mudanças em qualquer área de sua vida, certamente acarretará mudanças nas demais.
                                                   Profa Dra Edna Paciência Vietta
                                        Psicóloga Cognitivo-comportamental Ribeirão Preto
Mechanisms of the human mind and cognitive- behavioral therapy
Cognition is a broad term that refers to the content of the thoughts and the processes involved in our thinking . Thus , aspects of cognition are the ways we perceive and process information , the mechanisms and content of memories and souvenirs , strategic and attitudes that we use in solving problems . Cognition is the act or process of acquiring knowledge that is given through perception , attention , memory, reasoning , judgment , imagination , thought and language . But cognition is much more than mere acquisition of knowledge and, consequently , our best adaptation to the environment – is also a conversion engine that is exposed to our way of being built . It is a process by which we human beings interact with our fellows and with the environment they live in, without losing our existential identity. It begins with the capture of the senses and then immediately the perception occurs . It is therefore a process of knowledge , which is material information from the environment we live in and what is already registered in our memory . Hence cognition have important adaptive function and its development permit gradual complexity , flexibility and sophistication in the ability to solve problems . Information Science defined as interdisciplinary science offers many points of intersection with other areas of knowledge related to it . In this sense , informational aspects tangent to processes of cognitive psychology in order to unravel the ” mechanisms ” of the human mind under the social point of view to which they have Thus, Cognitive therapy is based on the theoretical assumption that the affections and behaviors of an individual are determined largely by their way of structuring the world . This means that the vision we have of the world influences how we think , feel and behave towards life . Cognitive therapy has its origins in ancient religions and philosophical currents as Greek Stoicism , Taonism , Buddhism postulated that the influence of emotions sobrenossas ideas . Historically Cognitive Therapy had as a precursor to national – emotive therapy Ellis , but it was Aaron T. Beck who gave you the current contours . (Range 2001 ) According to Beck et al . ( 1997a ) , our thoughts act directly on how we feel and act , so one way to improve our mood is controlling our thoughts , in the sense of exercising a realistic effect on how the feelings before us thereof, the world and our future ( cognitive triad ) . The way we perceive and evaluate external and internal events to us , will determine how we will feel and therefore act upon these events . The way of seeing the world will determine how we feel and act. Distorted thinking must be corrected and controlled , and realistic thoughts that lead to unpleasant feelings should be subjected to a search for troubleshooting Observing and describing the emotions we feel , and making a connection between what we feel , and that prior to these feelings , we think , may seek to make a realistic assessment of our thoughts , so that confront our distorted thoughts and free unpleasant feelings , and replaced by more consistent thoughts with reality . Beliefs are ” certainties ” that build lifelong , through our experiences and some may make us, for example: I have to be perfect ; ‘m Incapable ; The world is dangerous. ” The way we understand our problems have an effect on how we deal with them ” ( Greenberger & Padesky 1999 , P.13 ) . Our beliefs , principal evaluation systems cognitive triad , and more deeply rooted and previously established through learning , determine our automatic thoughts , the thoughts which they do not do any kind of realistic assessment , simply feeling them when we refer to some stimulus that some so join the previously learned model and established belief . “Do we realize the thoughts that drive our behavior because our actions have become routine. However , when we decided to change or learn a new behavior , our thoughts can determine if and how this change will occur ” ( Greenberger & Padesky 1999 , P.25 ) . The psychotherapeutic techniques of Cognitive Therapy help identify , assess, monitor and modify the beliefs that govern the world view that can be dysfunctional . Thus , the cognitive therapist should ask questions regarding five aspects of the patient’s life : thoughts ( beliefs , images , memories ) , moods , behaviors , reactions and physical environment ( past and present) , as these areas are interconnected , such that each different aspect of your life will influence all others and that small changes in any area of ​​your life , certainly entail changes in the other . Prof. Dr. Edna Paciência Vietta Cognitive- behavioral psychologist Tags: ,,,,,,,,,,,,,,,