“Festina Lente” (Apressa-te Devagar ou lentamente).

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             Sentir-se oprimido pela falta de tempo é um sentimento muito comum nos dias de hoje. Poucas pessoas se dão conta de estarem sofrendo da “doença do tempo”, ou seja, de estarem estressadas, sobrecarregadas, ansiosas, com muita pressa. A “ansiedade pela falta de tempo” produz sensação de perda, insegurança, medo e conseqüente tensão e dificuldade para relaxar. Este mal-estar é chamado de “Síndrome da Pressa”, e seus sintomas são: ansiedade, impaciência, intolerância, irritabilidade, descontrole emocional. É comum observar, por exemplo, alguém perder o controle por ter que esperar alguns minutos na fila do banco, antecipar-se no sinal de transito, brigar no engarrafamento, sentir-se impaciente enquanto espera para ser atendido em alguma repartição ou por não conseguir concluir um projeto ou outra atividade qualquer. Essas pessoas vivem estressadas, mesmo porque se sobrecarregam de responsabilidades, estão sempre com suas agendas lotadas de compromissos. São pessoas que, pelas condições e estilo de vida, acabam sofrendo alterações hormonais com sérias conseqüências de natureza físicas e emocionais. O homem moderno vive de maneira acelerada, à revelia de seu ritmo biológico ou relógio interno. A mania de correr contra o relógio, mesmo quando não há compromissos a cumprir, já pode ser considerada uma alteração de comportamento. Estudada desde os anos 80 e descrita pela primeira vez nos Estados Unidos, a “Síndrome da Pressa” é desencadeada pela crença de que se pode realizar tudo, agindo de maneira acelerada. Geralmente não se trata de um distúrbio emocional, distúrbio emocional, mas é conseqüência natural das pressões da vida moderna, do trabalho, da cobrança e exigência pessoal. Trata-se de um comportamento que pode eventualmente desencadear transtornos físicos como doenças crônicas geradas pelo estresse, fibromialgia, doenças cardíacas, infarto, arritmias, diabetes, úlceras, e transtornos emocionais como: compulsões, hiperatividade, ansiedade generalizada, hipomania, etc. Em alguns casos, a manifestação do problema pode ter causas internas mais profundas, como o perfeccionismo, a insegurança, a baixa auto-estima, etc. As pessoas estão cada vez mais aceleradas e o problema já afeta vários setores da vida do homem moderno, com repercussões conjugais, familiares, sociais e profissionais. Quem sofre desde problema se ocupa de várias atividades ao mesmo tempo, estão sempre ocupadas, sem tempo para o lazer, aflitas, sem intervalo para descanso, não conseguindo parar, mesmo depois do expediente, levando serviço para casa, sentindo-se cobradas por si próprias o tempo todo, podendo ficar, intolerantes e agressivas com as pessoas à sua volta, quando estas não conseguem adotar o mesmo ritmo. Vivemos em uma sociedade pautada pelo consumo, somos valorizados pelo que temos. Somos estimulados o tempo todo a trabalhar exageradamente para podermos consumir mais e mais. A “Síndrome da Pressa” é uma espécie de normose, ou seja, uma conivência com esta ideologia, na medida em que leva seu portador a aceitar cobranças (internas e externas), sem considerar os prejuízos de tal comportamento para sua qualidade de vida. A sensação de que o tempo passa muito depressa está relacionada aos avanços tecnológicos, como fax, e-mail, internet, comunicação por satélite, celular, meios de comunicação que faz com que a informação chegue mais rápida. Muitos têm a percepção de estarem sendo ultrapassados; já não é mais o medo de que os grandes dominem os pequenos, mas, de que os mais rápidos, os mais bem informados ultrapassam os mais lentos, os menos informados. O problema se agravou com a informatização, as pessoas não têm mais tempo para o diálogo, são impacientes a ouvir detalhes, querem a resposta com a mesma rapidez que a obtida pelo computador’’. É preciso desacelerar. A pressa tem conseqüências indesejáveis para o organismo humano. Não somos máquinas. É necessário diminuir o ritmo, equilibrar a correria do dia-a-dia, reaprender a administrar o tempo, repensar crenças e valores. “Porque o Egito os ajudará em vão, e para nenhum fim; pelo que clamei acerca disto; no estarem quietos estará a sua força”. (Isaias 30:7) Profa. Dra. Edna Paciência Vietta Psicóloga Clínica

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