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FOBIA SOCIAL: É PRECISO VENCÊ-LA

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                              Fobia Social: é preciso vencê-la

No mundo, o contingente de tímidos soma a 48%, com tendência a crescimento. Todos nós podemos ser tímidos, em algum grau. E isto pode não ser problema enquanto não interferir em nosso crescimento pessoal, profissional e social.

É natural sentir-se incomodado, retraído, envergonhado ou pouco à vontade quando se é observado. Esse grau de timidez varia de pessoa para pessoa de acordo com a situação.

Embora seja normal ficarmos pouco à vontade em certas ocasiões sociais, a tendência é irmos gradativamente familiarizando com a situação. Algumas pessoas, no entanto, não desenvolvem ou perdem esta habilidade social e passa evitar, a todo custo, certas situações comuns às demais pessoas.

A Timidez passa ser patológica a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal como, deixar de manifestar opinião em grupo, passar a isolar-se socialmente, abandonar a faculdade por medo de se expor publicamente, perder oportunidades de negócios, faltar a compromissos, fracassar na profissão, no emprego ou nas relações sociais e afetivas, etc.

A Fobia Social é um Transtorno de Ansiedade de evolução crônica, além de ser reconhecida como passível de acarretar prejuízos graves em diferentes áreas da vida do indivíduo, como trabalho, escola, atividades sociais, etc.

A pessoa Fóbica socialmente reconhece que seu medo é irracional, no entanto, sempre que entra em contato com a situação temida, não consegue evitar, sente-se incomodada e ansiosa. O que provoca essa reação é a o alto nível de ansiedade pela intensidade de pensamentos negativos e avaliação disfuncional que a pessoa faz de si.

As situações sociais nas quais essas pessoas são afetadas são as seguintes: encontrar-se com pessoas desconhecidas pelas quais se sentem atraídas ou inferiores, no meio de estranhos ou com pessoas pouco chegadas, andar a sós na rua, falar em público, viajar de ônibus, metrô ou outro meio de transporte público; comer ou beber em restaurantes ou outro lugar público; participar de festas; olhar as pessoas nos olhos; iniciar conversa; ser apresentada a outras pessoas; fazer chamadas telefônicas; estar em espaço fechado ou onde há muita gente; dar ou aceitar cumprimentos; medo de atender pessoas no portão/porta (ou portaria); medo de ir ao barbeiro, cabeleireiro, hospital… Com o tempo a pessoa Fóbica Social pode vir a se isolar de tudo, podendo perder toda habilidade social.

A Fobia Social pode ser generalizada se os medos são experimentados na quase totalidade das situações sociais ou específica, se a ansiedade é experimentada apenas em determinadas situações sociais: medo de andar de avião, medo de andar de elevador, medo de altura, medo de lugares fechados, etc.

Os fóbicos sociais apresentam hipersensibilidade à criticas, avaliação negativa a respeito de si mesmo, sentimentos de inferioridade, baixa auto-estima, dificuldade em dizer não.

As reações mais observadas em situação desencadeadoras de Fobia Social são: taquicardia, tremores, sudorese, boca seca, sensação de bolo na garganta, dificuldade para falar, ondas de calor, rubor, dor de barriga, diarréia, vontade de fazer xixi, tonteiras e, sobretudo, mãos geladas e em casos mais graves, lapsos de memória e oscilações no tom da voz, enquanto a pessoa desempenha alguma tarefa comum, como comer, escrever, falar, sobretudo, em casos mais graves, hiperventilação (falta de ar) e Crises de Pânico.

Diante da exposição, a pessoa com Fobia Social busca fugir ou evitar a situação temida como puder. Há também a preocupação por antecipação de situações onde estará sob a apreciação alheia, despertando a ansiedade antecipatória, resultando em sofrimento dias antes do evento, podendo interferir no sono, na concentração, no humor e no apetite.

As causas mais comuns são: pais tímidos ou Fóbicos Sociais; falta do treinamento ou do desenvolvimento das habilidades sociais; Bullying; vivência de experiências marcantes de rejeição e sofrimento no relacionamento interpessoal; situação constrangedora ou humilhação que a pessoa tenha passado.

A Fobia Social não melhora sozinha e alguns pacientes passam a abusar das bebidas, para diminuir as sensações de desconforto. contudo, o consumo excessivo de álcool pode acelerar os sintomas ansiosos, estabelecendo um círculo vicioso de ansiedade e alcoolismo.

O tratamento da Fobia Social é realizado basicamente de duas maneiras: com medicamentos e psicoterapia.

                                       Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                                          Psicóloga Ribeirão Preto

SOCIAL PHOBIA : MUST win it

                  
                              Social Phobia : we must win it

Worldwide, the number of timid sum to 48 % , with a tendency to increase . All we can be shy in some degree . And this may not be a problem as not to interfere in our personal growth , professional and social .

It is natural to feel troubled , withdrawn, embarrassed or uncomfortable when it is observed . This degree of shyness varies from person to person according to the situation .

Although usually we get uncomfortable in certain social situations , the tendency is to go gradually familiar with the situation . Some people , however , do not develop this skill or lose social and passes to avoid , at all costs , certain situations common to others .

Shyness becomes pathological is the moment in which a person suffers personal injury as only express opinion in a group, move to isolate themselves socially , drop out of college for fear of being exposed publicly , lost business opportunities , miss commitments , failing in the profession , employment or social relationships and affective , etc. .

Social Phobia Anxiety Disorder is a chronic course , and is recognized as capable of causing severe damage in different areas of functioning such as work, school , social activities , etc. .

The person Phobic socially recognizes that their fear is irrational, however , when it comes in contact with the feared situation , can not prevent them, sit up troubled and anxious. What causes this reaction is the high level of anxiety by the intensity of negative thoughts and dysfunctional assessment that the person is you.

Social situations in which these people are affected are the following : meet unknown people why they feel attracted to or lower among strangers or people just arriving , walking alone in the street , public speaking , traveling by bus , subway or other public transportation , eating or drinking in restaurants or other public place ; attend parties ; look people in the eyes, initiate chat , be introduced to other people , making phone calls , being in a confined space or where heavy people , giving or accepting compliments ; afraid to meet people at the gate / door ( or ordinance ) ; afraid to go to the barber , hairdresser , hospital … Over time the social Phobic person can come to get away from everything and can lose all social skills .

Social phobia can be generalized if the fears are experienced in almost all social situations or specific , if anxiety is experienced only in certain social situations : fear of flying , fear of riding the elevator , fear of heights , fear of places closed, and so on.

Social phobics exhibit hypersensitivity to criticism , negative evaluation about oneself , feelings of inferiority , low self -esteem , difficulty in saying no .

The reactions observed in most situation that caused the Social Phobia are: tachycardia, tremors , sweating , dry mouth , feeling of lump in the throat , difficulty speaking , hot flashes , flushing , stomach ache , diarrhea , urge to pee , dizziness and especially cold hands and in more severe cases , memory lapses and fluctuations in tone, while the person performs some common task such as eating, writing, speaking , especially in more severe cases , hyperventilation ( shortness of breath ) and Panic attacks .

Before exposure , the person with Social Phobia looking to escape or avoid the feared situation as you can. There is also concern by anticipating situations which will be under the consideration of others , arousing anticipatory anxiety , resulting in pain days before the event , and may interfere with sleep, concentration , mood and appetite .

The most common causes are: parents shy or Social Phobic , lack of training or social skills development ; Bullying ; experience of remarkable experiences of rejection and suffering in interpersonal relationships ; embarrassing or humiliating the person has passed.

Social Phobia alone does not improve and some patients are abusing the drinks , to decrease feelings of discomfort. However , excessive consumption of alcohol can accelerate anxious symptoms , establishing a vicious circle of anxiety and alcoholism.

Treatment of Social Phobia is done basically in two ways : with medications and psychotherapy .

                                       Professor . Dr. Edna Patience Vietta

                                          Psychologist Ribeirão Preto

 

Flexibilidade Cognitiva: requisito indispensável no mundo moderno

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imageshuyuhj Flexibilidade Cognitiva: requisito indispensável no mundo moderno

   “É impossível progredir sem mudanças, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada” (George Bernard Shaw)

Somos aquilo que pensamos, porém algumas vezes construímos idéias irrealistas a nosso respeito. Quando nossas percepções encontram-se distorcidas, tendemos a interpretar os fatos erroneamente, emitindo idéias inadequadas ou equivocadas sobre o mundo, as pessoas e nós mesmos. Quando isso acontece com freqüência, apresentamos rigidez de pensamento, cuja tendência, é manter as coisas como elas estão (imutáveis ou acomodadas), como medida de proteção do self (eu), assumimos, então, uma posição inflexível, um padrão rígido de interpretar os fatos, a vida e os problemas.

Padrão Rígido se refere a uma “crença subjacente de que se deve fazer um grande esforço para atingir elevados padrões internalizados de comportamento e desempenho. Costuma se revelar em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em postura crítica exagerada com relação a si mesmo e aos outros. Pode se manifestar como perfeccionismo, utilização de regras rígidas, intolerância, teimosia em relação à opinião de como as coisas deveriam ser, incluindo preceitos morais, éticos, culturais e religiosos elevados, fora da realidade.

Padrões inflexíveis ou postura crítica exagerada estão fundamentados na crença de que grande esforço deva ser empreendido na obtenção de elevados padrões internos de comportamentos e no desempenho para evitar críticas, o que reflete em sentimentos de pressão, dificuldade de relaxar e em posturas críticas exageradas com relação a si e aos outros. Envolve significativo prejuízo do prazer, do relaxamento, da saúde, da autoestima, da realização e de relacionamentos.

Ter alta flexibilidade cognitiva significa ter capacidade para mudar e/ou produzir mudanças, ser capaz de perceber respostas alternativas para uma mesma situação ao invés de ficar preso somente ao primeiro pensamento que vier à mente (pensamento automático). É conseguir flexibilizar respostas usando a memória, percepção, pensamentos, e assim elaborar a melhor resposta de modo a se adaptar às situações diversificadas. É a capacidade de buscar interpretações alternativas para uma mesma situação.

Flexibilidade é uma palavra que vem do latim tardio “flexibilitare” e significa, em seu sentido mais amplo, capacidade de adaptação, seja a situações novas ou na superação de obstáculos.

Para que ocorram mudanças cognitivas é preciso estar aberto a novas e diferentes idéias e pessoas, provocando e desafiando pensamentos disfuncionais. Para isso se faz necessário o uso da plasticidade cerebral e da flexibilidade cognitiva.

Plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro tem em se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. É, portanto, condição necessária para a aprendizagem, uma propriedade intrínseca e característica importante do cérebro sendo um forte argumento neurocientífico sobre a aprendizagem, durante “toda a existência humana”. Ninguém pode ser igual a vida toda. Uma mente inovadora e criativa é fundamental para a sobrevivência, principalmente na vida profissional.

As pessoas inflexíveis têm rigidez em quase tudo o que fazem. A começar por seus pensamentos, dificilmente aceitam outras opiniões além das suas. Sentem dificuldades em mudar, inclusive nas mudanças que a vida impõe e não estão abertas a discussões. A rigidez distorce significados e causa sofrimentos desnecessários.A pessoa inflexível não admite mudanças, no entanto, a essência da vida é a transformação. A vida está em constantes transformações e precisamos nos adaptar a elas. A inflexibilidade costuma destruir laços sentimentais de amizade, mesmo no seio familiar, acarretando conflitos muitas vezes irremediáveis. É também, considerada como responsável por muitos conflitos familiares: discussões, brigas e separações entre casais. A pessoa inflexível apenas enxerga suas próprias razões sem ceder um milímetro sequer às ponderações do outro. Espera sempre que os outros se adaptem a elas, sua opinião deve sempre prevalecer.

Um dos objetivos da psicologia cognitiva é reinstalar a flexibilidade no paciente, fazendo com que ele (re) aprenda a enxergar diversas possibilidades de resolução para as adversidades da vida.

Hoje em dia, ser flexível ao nível das nossas crenças e comportamentos é um requisito absolutamente indispensável para uma boa adaptação, integração e convivência familiar, social e profissional.

Profa Dra Edna Paciência Vietta

Psicóloga Ribeirão Preto

“Carpe diem”

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                                                                         “Carpe diem”

 A pós-modernidade parece marcada pela falta de limites, as pessoas sentem-se livres para agir de acordo com o que pensam, desejam e querem, há tendência a buscar prazer e satisfação no imediatismo em tudo e sempre, numa despreocupação com a duração das coisas. O que vale é o prazer imediato. Ou seja, tudo o que se faz é pensando no agora, sem discernimento, sem se importar ou refletir sobre o depois, as conseqüência, o futuro pouco importa.

Imediato é o mesmo que repentino, sem planejamento, instantâneo, impulsivo, é o “comer cru e quente”, o não ter paciência, não saber esperar mesmo sabendo que a espera pode trazer lhe maior proveito, mais benefícios, maior vantagens. O imediatista não admite frustração, quer tudo para ontem. Para ele a satisfação não tem limites. É a metáfora da criança que prefere ganhar um pedaço de chocolate a esperar por uma barra toda, o que revela sua imaturidade.  Esta supervalorização do presente produz a permanente busca por prazeres momentâneos, transitórios, fugazes.

Neste contexto “Carpe diem” significa equivocadamente vencer na vida o mais rápido possível e conquistar o direito de usar o tempo da forma que se deseja, sem ter que fazer nada por obrigação ou necessidade, somente por motivação, vontade e prazer. Na verdade, isso é Hedonismo exacerbado, pois nem o Hedonismo de Epicuro, também, muitas vezes, mal interpretado, se traduz a tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável de forma irresponsável. Para Epicuro o prazer da vida exigiria autocontrole e temperança.

Para o epicurismo, o prazer deve ser buscado de modo prudente. A felicidade pelo prazer só é real, se o homem que a busca se tornar sereno. A serenidade da alma não pode ser alcançada caso o homem se entregue inteiramente às suas paixões, pois são, prazeres efêmeros que logo acabam e, desse modo, deixam sofrimento em seu lugar. Por isso, Epicuro os chamou de “prazeres momentâneos”, em contraste com os “prazeres estáveis” que deveriam ser buscados. Esses prazeres estáveis nada mais são que ausência de perturbação e dor. Um exemplo: saciar a fome é um prazer estável, que Epicuro persegue e defende. Esbanjar-se num banquete de desperdício é um prazer momentâneo e, por isso mesmo, perigoso, já que dele pode advir males piores. Nada mais enganoso, portanto, do que a visão deturpada de que o epicurismo seria uma doutrina de devassos.

Como diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o hedonismo exacerbado da sociedade contemporânea, inebriada pelo consumo e pelo culto à juventude, pode nos levar a uma vida “leviana e descompromissada com a história”.

No entanto,  “Carpe diem” tem outro significado e outras estratégias como a de se aproveitar a vida, no sentido de desfrutar o momento presente. Desfrutar o momento presente e não só obter prazeres momentâneos. E nessa conotação que entendemos “Carpe diem”.

 “Carpe diem” é uma expressão latina que significa colher o dia, aproveitar o momento. O termo foi usado pelo Poeta Latino Horácio (65 a.C) que na linha do Epicurismo, exortou sua amiga Leuconoe a aproveitar o presente, antes que este se tornasse passado, já que a vida é breve, a beleza perecível e a morte certa. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

“Carpe diem” tem sido interpretado de forma equivocada como significando apenas aproveitar o dia enquanto seu verdadeiro significado é mais amplo, ou seja, o de desfrutar a vida em todos os momentos e em todos os sentidos, de forma consciente e responsável.

Marcelo Bulhões, professor do Departamento de Ciências Humanas da Unesp, considera que “carpe diem” evoca questões atemporais e universais: “É a fruição da existência humana”. À revelia das pressões modernas, com o isolamento de uma sociedade consumista, workaholic e ensimesmada nas metrópoles cinzas, acredita que ainda há espaço para uma abertura às gratificações do efêmero: uma caminhada sem destino, o pastel na feira, as cores únicas do céu no pôr do sol… Para ele, tais gratificações são puro “carpe diem”.

                                           Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                                                   Psicóloga Ribeirão Preto

 

O Equilíbrio está no meio termo

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                                       “A principal coisa na vida é não ter medo de ser humano” ( Pablo Casals)

O psiquiatra argentino Hugo Marietán define a pessoa perfeccionista como aquela que se esforça para melhorar o êxito de seu objetivo seguindo um padrão ideal. São pessoas que tendem dar importância exagerada a tudo e nunca se sentem satisfeitas. Ocupam-se mais do que necessário em pequenas tarefas e tendem a ficar com a sensação de que poderiam ter feito ainda melhor.

Se você for um perfeccionista, é provável que você tenha aprendido cedo na vida que as pessoas sempre a avaliariam pelo quanto você realizaria ou conseguisse. Em conseqüência disso, você pode ter aprendido a avaliar-se somente na base da aprovação das outras pessoas. Assim sua autoestima pode estar sendo baseada primeiramente em padrões externos. Isto pode deixá-la vulnerável e excessivamente sensível às opiniões e as criticas dos outros. Na tentativa de proteger-se de tal criticismo, você pode decidir que ser perfeito é sua única defesa

O perfeccionismo ao qual nos referimos é aquele que nos desgasta, levando-nos a uma série de problemas em nível pessoal, conjugal, social, profissional, etc. está relacionado a arrogância e ao medo de errar, ou seja, para o perfeccionista tudo deve ser perfeito, ele não admite erro, mudanças. Geralmente, defende sua posição analisando somente a dicotomia perfeição-displicência. É 8 ou 80. Sim ou não. Para o perfeccionista não tem meio termo. É tudo ou nada. Não raro, está mais preocupado em manter as aparências, em se mostrar superior. Nesta conotação o perfeccionista jamais admitirá que sua verdadeira preocupação seja com a opinião alheia, há um medo de que suas falhas sejam expostas, de que descubram que ele é tão normal quanto qualquer ser humano. O ideal é encontrar um equilíbrio.

Segundo Gordon L. Flett, professor de psicologia da York University e autor de diversos estudos a esse respeito, “É natural que as pessoas queiram ser perfeitas em algumas coisas, por exemplo, no trabalho. Para ser um bom editor ou cirurgião é importante não cometer erros”, “Mas você começa a enxergar problemas reais quando isso se generaliza para outras áreas da vida, ou seja, a vida familiar, a aparência, os hobbies.”

O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina. À primeira vista o perfeccionismo parece ser algo positivo, pois ele pode ser usado como uma força propulsora para o bem. As pessoas de seu convívio, muitas vezes, não conhecem suas expectativas, o que gera tensão com familiares, amigos e colegas, além de um grande sentimento de raiva.

Em geral, o perfeccionista é detalhista, meticuloso e caprichoso em suas ações.

A sociedade normalmente valoriza alguns traços comuns ao perfeccionista, como, por exemplo, a responsabilidade, a pontualidade, o esmero e assim por diante. No passado, o perfeccionismo era até visto como um aspecto positivo e acreditava-se que ele contribuiria para o sucesso profissional das pessoas. Contudo, o problema do perfeccionismo vem à tona quando o seu possuidor não atinge o alvo proposto para si mesmo. Além do mais, a busca do resultado perfeito pode interferir negativamente nas realizações profissionais do perfeccionista, pois se gasta tanto tempo em revisões que a produtividade fica comprometida.

O universo pessoal do perfeccionista pode ser tomado por frustrações contínuas, o que o conduz a um estado de tristeza, culpa e até mesmo autodesprezo.

Há dois tipos de perfeccionistas. O primeiro é o introspectivo, ou seja, aquele que apresenta pouca auto-estima e confiança própria e para quem qualquer erro equivale à desaprovação dos outros. O segundo é o extrospectivo, ou seja, aquele que não apresenta baixa auto-estima, porém, não confia nas habilidades ou capacidades dos outros ao seu redor. Logo, este segundo tipo não consegue delegar e exige sistematicamente das outras pessoas a perfeição que requer de si mesmo.

A busca da perfeição é diferente de ser perfeccionista. Estar sempre buscando melhorar é muito bom, mas admitir que somos imperfeitos é sermos humildade, é saber que podemos erra

O Sábio Rei Salomão disse “não sejais demasiadamente sábio; porque te destruirias a ti mesmo?” Ecl7:16.

Em psicologia a verdade, ou, o equilíbrio está no meio termo.

                                       Profa Dra Edna Paciência Vietta

                                             Psicóloga Ribeirão Preto

Psicologia Positiva

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110_F_41214487_Lf7Cd3lJkglbdoB1ESOG9saE9LzZgtvr                                                                                                     Psicologia Positiva

psicologia Positiva é um movimento recente dentro da  Psicologia que visa fazer com que os psicólogos contemporâneos adotem “uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e capacidades humanas”.

Surge em 1998, com Martin Seligman que veio alertar e demonstrar, através da investigação científica, que é fundamental estudar e conhecer as forças e virtudes humanas e o que contribui para as pessoas se sentirem felizes.

Permanecer sofrendo com os fatos passados, remoê-los dias após dias, ou procurar superá-los e encontrar possíveis soluções, motivação para o crescimento e alternativas para enfrentá-los? Para a Psicologia Positiva, desenvolvida pelo psicólogo americano Martin Seligman, apenas a segunda questão faz sentido.

Ao contrário da psicologia convencional, que se foca no estudo e tratamento de distúrbios como a depressão e ansiedade, o novo campo da psicologia positiva se propõe a focar mais nas forças que nas fraquezas. Busca promover mais as qualidades do viver do que reparar no que vai mal.

A Psicologia científica, por muitos anos, foi focada desproporcionalmente na patologia e na reparação do dano. Segundo esse autor, se faz necessário também a atenção aos aspectos sadios do desenvolvimento humano.

Essa abordagem focaliza a necessidade de avanços nos estudos relacionados aos fatores protetores, preventivos e de manutenção do desenvolvimento humano saudável. Tem importante papel na compreensão dos aspectos envolvidos no enfrentamento da doença, bem como, na manutenção da saúde, apontando a relevância do investimento científico na investigação dos fatores de proteção da saúde.

A Psicologia Positiva focaliza variáveis positivas, como, o otimismo, a espiritualidade, a criatividade, a imagem corporal associados ao bem-estar e à qualidade de vida de pessoas doentes e não-doentes e de seus cuidadores. (SILVA, 2006).

Para Paludo e Koller (2007), essa nova proposta científica objetiva melhorar a qualidade de vida das pessoas e ajudar a prevenir patologias. Assim, a Psicologia Positiva pretende contribuir para o florescimento do funcionamento saudável das pessoas, grupos e instituições, preocupando-se em fortalecer competências ao invés de apenas corrigir deficiências.

A Psicologia Positiva não negligência os aspectos da Psicologia convencional, ao contrário, o seu objetivo não é negar o que é deficitário, o que produz sintomas e reações negativas, o que vai mal, o que está doente, ou o que é desagradável na vida. A Psicologia Positiva reconhece a existência do sofrimento humano, situações de risco e patologias.

A Psicologia Positiva não trabalha sobre os problemas das pessoas e como remediá-los, ela busca compreender a ciência e a anatomia do bem-estar, da felicidade, das experiências positivas, do otimismo e do altruísmo, ela aponta para uma visão de que a saúde psicológica é muito mais do que a ausência de sintomas.

Considera-se assim que, ao percebermos o funcionamento ótimo de um indivíduo, as suas forças, qualidades, talentos e virtudes, mais facilmente poderemos ajudar a superar obstáculos e a lidar com as adversidades inerentes à vida. Desta forma, a Psicologia Positiva considera que todo e qualquer ser humano, grupo ou instituição, tem recursos para florescer e viver de um modo mais gratificante.

Antes de o psicólogo propor está nova vertente da psicologia moderna, o paciente passava anos em processo terapêutico focado apenas nas experiências negativas de sua existência. Assim, ao invés de buscar a cura efetiva, ele continuava imerso em suas dores. O que Martim Seligman fez, foi apresentar aos pacientes os aspectos positivos de suas vivências e uma visão mais ampliada, de um mesmo evento.

Nesta abordagem, a Psicoterapia visa fortalecer os aspectos saudáveis e positivos dos indivíduos, (re)construir as virtudes e forças pessoais, ajudar os clientes a encontrarem recursos até então inexplorados e aumentar suas forças pessoais já existentes. Assim, modificar somente o que está ruim ou errado é apenas uma parte do trabalho da psicoterapia, sendo preciso, também, (re)construir e fortalecer o que está bom. A orientação positiva da terapia reconhece que os traços positivos e os comportamentos adaptativos servem como fatores protetores contra os estressores e as dificuldades futuras. Dessa forma, ao tomar conhecimento dos aspectos positivos, as pessoas possuem melhor capacidade para lidar com eventos difíceis, tornando-se, assim, agentes ativos na superação da vulnerabilidade e do risco

Profa. Dra Edna Paciência Vietta

Psicóloga Ribeirão Preto

Nota

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Psicóloga Ribeirão Preto

Psiconeuroimunologia: emoções e saúde – Ribeirão Preto

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Psiconeuroimunologia: emoções e saúde

 Quantas pessoas depois de uma forte emoção ficaram doentes? Após situações de luto, acidente, perda de estabilidade, separação, mudança de escola ou até mesmo ao conseguirem passar num concurso, obter novo emprego ou ao se aposentar? Inúmeras pessoas passaram por essa experiência e muitas delas desenvolveram desde um simples resfriado até uma doença crônica. Na verdade, somos, em grande parte, responsáveis por nossa saúde física e mental. Nossos pensamentos, principalmente os mais negativos ou disfuncionais, como tristeza, raiva. medo, ódio, baixa auto-estima, rejeição, ciúme, vontade de fugir (dentre outros), em geral incitam estados de desconforto orgânico. A sabedoria Chinesa costuma dizer que a cada órgãos vital responde de forma diferente um tipo específico de emoção. Assim, a Alegria está ligada ao Coração e ao Intestino, a preocupação ao Baço e ao Estomago, a Tristeza aos Pulmões e Intestino Grosso, o Medo ao Rim e a Bexiga, a Raiva ao Fígado e a Visícula Biliar. Pela medicina ocidentais sabemos que, quando algum desses sentimentos agride nossa unidade funcional , o órgão correspondente, adoece. Basta passar por uma situação difícil, estressante ou problemática que o corpo manifestas sinais de alerme: a cabeça dói, o resfriado aparece, a digestão se complica, a respiração fica difícil ou a pele se enche de alergias, etc. O fato não é uma simples coincidência, mas um processo chamado pela medicina de somatização, ou seja, a transferência para o corpo do que deveria ser vivido e suportado apenas na mente.Assim, cada vez que uma pessoa não consegue suportar no plano psíquico uma situação, ela acaba produzindo ou agravando sintomas e/ou doenças que se manifestam no corpo. Já há alguns anos vem-se estudando como as emoções podem se inter- relacionar com o nosso sistema imunológico, ou seja, como os fatores psicológicos influenciam nosso estado de saúde. Mas atualmente a ciência que estuda esta área vem ganhando crédito – é a psiconeuroimunologia. Este termo foi criado em 1975 pelo Dr. Robert Ader, da divisão de Medicina Comportamental e Psicológica da Universidade de Nova York, pois ele acreditava haver uma ligação entre o nosso estado mental, nossa saúde e nossa capacidade de auto-cura. Esta ciência estuda a relação entre as ações do nosso sistema nervoso, do sistema endócrino, do sistema imunológico, do psiquismo e como todos estes sistemas implicam na saúde em geral. O nosso sistema nervoso regido pelo cérebro e por suas ramificações pelo corpo comanda reações químicas que influenciam os nossos hormônios e as nossas células de defesa mantendo assim, o equilíbrio do nosso organismo chamado de homeostase. Os nossos sentimentos fazem com que estas reações se acelerem ou ocorram mais lentamente causando as euforias ou depressões dos nossos sistemas. Quando as emoções se normalizam, a resposta orgânica também se equilibra. A homeostase pode ser definida como o processo de equilíbrio necessário para a manutenção da vida. O problema aparece então, quando não conseguimos lidar com estas emoções e elas passam a interferir nos mecanismos bioquímicos, levando às descompensações e instabilidade – é quando surgem as doenças. Já existe uma fisiologia propondo um sistema mental que envolve o sistema nervoso, o sistema endócrino e o sistema imunológico, estabelecendo as bases da psiconeuroimunologia, a qual sustenta teoricamente a bioquímica das emoções. Já se pesquisa, também, como os pensamentos e as emoções alteram os parâmetros biofísicos do Ser e, como as tensões musculares, a alimentação correta, a respiração correta e a correção de posturas físicas, influenciam na dimensão emocional e mental do Ser. O controle das emoções é vital, sobretudo, para garantir a saúde orgânica. Não é possível ter uma experiência emocional contínua sem resposta do corpo. Somos tomados por uma emoção quando sentimos que algo põe em risco nossa vida e os recursos do cérebro são convocados para resolver o problema. O desenvolvimento emocional é influenciado pela hereditariedade e pela aprendizagem. A constituição individual é um fator determinante na sensibilidade do sistema nervoso autônomo, no grau da resposta visceral e no padrão de difusão das reações viscerais. Os estímulos externos que causam as reações emocionais, o significado que damos a essas reações e a maneira pela qual nós as expressamos são resultado da aprendizagem.

    Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

PsicólogaRibeirão Preto

O Sujeito pós-moderno: no olho do furacão

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                                                                                                                                  O Sujeito pós-moderno: no olho do furacão

 Não é assim um furacão? uma força da natureza que vai se formando num crescente de velocidade (velocidade superior a 105 km/h ) e cria em seu centro um vácuo aparentemente silencioso (um olho que pode variar de em tamanho, de 320 km a 200 milhas) de um lado a outro, geralmente situado no centro geométrico da tempestade), cercado por um turbilhão de agitação e barulho? Embora o olho seja, de longe, a porção mais calma da tempestade, sem vento no centro e céu normalmente limpo, é possivelmente a região mais perigosa sobre o oceano. Assim é também o homem pós-moderno que sem se aperceber vai sendo tragado naturalmente para o centro de um turbilhão, na agitação do mundo comandado por forças arrebatadoras. Das. influências e dominações importas por um mundo em transformação. Edna Paciência Vietta

As transformações da sociedade atual estão mudando nossas identidades pessoais, balançando a estrutura da idéia que fazíamos do sujeito integrado. Há uma perda de sentido, uma descentração do sujeito. Há quem diga que o homem pós- moderno é um ser atormentado, adoecido.

Hall assinala que instala-se na pós-modernidade uma crise de identidade, uma vez que o que antes estava centrado e estável, não está mais. Para este autor o sujeito pós-moderno: não possui uma identidade essencial ou permanente (HALL, 2005).

No mundo dito pós-moderno, as identidades podem ser adotadas e descartadas como se troca de roupa. Portanto, do nosso ponto de vista, um dos problemas atuais do homem pós-moderno é o da formação e/ou adaptação da identidade.

Segundo Stuart Hall a identidade é um conceito bastante discutido pelas teorias sociais, as quais, procuram demonstrar as velhas identidades – responsáveis pela estabilidade do mundo social – estão entrando em decadência e sendo substituídas por novas identidades, caracterizadas, entre outras coisas, pela fragmentação do indivíduo moderno. Para este autor a identidade é, portanto, definida historicamente e, não, biologicamente.

Assim, o sujeito pós-moderno só pode ser entendido se colocado na perspectiva histórica, ainda assim é possível que sejamos surpreendidos com um “sujeito” fragmentado, amedrontado, triste, ignorado enquanto ser, perdido na busca de sua identidade.

A chamada “crise de identidade” é vista hoje, como parte de um processo mais amplo de mudança, abalando os padrões de referência que garantiam, até então, aos sujeitos, certa estabilidade e segurança para sua sobrevivência no mundo.

No âmbito psicológico, o sujeito pós-moderno vivenciaria o quadro de transformação social e de incerteza sobre os paradigmas antes estáveis e vigentes, com movimentos de afastamento ou de progressivo fortalecimento da individualidade, face à incerteza do mundo em mudança.

Por razões obscuras, o ser humano não se reconhece e se nega buscar o autoconhecimento estando, por isso, vulnerável às diversas influências e dominações.

Por isso, a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social e também na psicologia.

O argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo sustentaram o mundo social, estão em declino, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado.

A noção de identidade, no âmbito psicológico, é um processo contínuo de elaboração de “um conceito estável de si mesmo como indivíduo único e a adoção de uma ideologia ou sistema de valores que proveja um senso de direção”, um processo no qual “formamos nossa auto-imagem, a idéias sobre nós mesmos e o que os outros pensam de nós” (SCHULTZ, 2002).

A noção de identidade no âmbito psicológico implica, portanto, em construção de um senso de direção, de uma estrutura psicológica e emocional que possa prover certa noção de equilíbrio.

Acontece, que o sujeito pós-moderno pode se perder numa desordem ou em uma nova ordem, na qual os interesses individuais tendem a suplantar os interesses voltados ao bem-estar coletivo. Cada um estaria voltado para a busca de sensações prazerosas a despeito da organização coletiva.

A humanidade é bombardeada por informações, influenciada pelos meios de comunicação e pela utilização de novas tecnologias. A mídia cria demandas de consumo, que muitas vezes nada tem a ver com a necessidade do sujeito, oferecendo ao indivíduo várias possibilidades de identificações e exercendo papel de formadora do EU. Tudo isso coloca o sujeito na posição de mero espectador.

Nunca, na história da humanidade, o local e o global estiveram tão intimamente ligados à formação de sua identidade. Cabe ao sujeito pós-moderno construir uma identidade estável e que se sustente na trama histórica que se desenrola no tempo e no espaço.

Para isso, o homem pós-moderno além do autoconhecimento precisa aprender a conviver com as mudanças de forma realística. É preciso buscar equilíbrio. É difícil imaginarmos hoje o mundo desinformatizado, desconectado e desglobalizado, estamos no meio de transformações profundas, sem saber para onde caminhamos, à deriva – no olho do furacão.

Profa. Dra Edna Paciência Vietta

Psicóloga Clínica

O homem se produz e reproduz pelo trabalho

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O homem se produz e reproduz pelo trabalho

 

Segundo Rodrigues et all 2005, o trabalho é o principal regulador da vida, já que o sujeito organiza seus horários, relacionamentos familiares e sociais em função deste. Neste contexto, a aposentadoria, por representar a ruptura com o papel profissional formal, ao invés de ser vivenciada como um repouso merecido, pode se tornar uma ameaça para o equilíbrio psicológico. Quando nos apresentamos a alguém nosso trabalho é um importante elemento da nossa identidade.

O trabalho ocupa um importante espaço na vida humana. As pessoas vivem em função de sua atividade profissional, tanto que uma pergunta comum quando se é apresentado uma pessoa é “Onde você trabalha?” ou “O que você faz?”

Vivendo em uma cultura que desvaloriza o trabalho, pois este é pensado como esforço, renúncia, cansaço e exploração, a possibilidade de deixar de trabalhar parece ser o grande e único caminho da liberdade tão desejada após anos de labuta.

Com visão tão negativa e pessimista sobre o trabalho, o não-trabalho ganha notoriedade e sentidos positivos; não trabalhar significa ser livre, autônomo, dono da própria vontade e “senhor de seu próprio tempo”. Acredita-se que o não trabalho liberta o homem dos “castigos” impostos pela obrigatoriedade no cumprimento de horários, expedientes, pontos e de toda a rotina estafante associada ao trabalho; Assim, muitos trabalham sem nenhum sentimento de prazer no trabalho que exerce, contando dias e horas para a tão esperada aposentadoria. No entanto, é comum que depois de se aposentar algumas pessoas sintam-se perdidas, sem saber o que fazer.

A falta de atividades e o tempo ocioso podem trazer incômodo, vergonha e constrangimento para quem teve uma vida produtiva podendo levar à depressão, isolamento, solidão e a outros sintomas associados.

Cavalcanti (1995) afirmou que o trabalho muitas vezes representa “realização pessoal, elevando a auto-estima do sujeito devido reconhecimento social e à auto-imagem positiva originada a partir de bom desempenho profissional”.

O afastamento do trabalho provocado pela aposentadoria talvez seja uma das perdas mais relevantes na vida das pessoas. Além de perdas materiais que geralmente ocorrem em função da diminuição da renda, há perdas sociais e psicológicas importantes que podem afetar a saúde física e mental do aposentado. O trabalho é bem mais que simples ganha-pão; o trabalho é elemento fundamental na constituição da identidade humana (Codo, Sampaio & Hitomi, 1993; Codo & Sampaio, 1995). Com a aposentadoria, o indivíduo perde a rotina de trabalho; a identidade de trabalhador e afasta-se do convívio dos colegas. Muitos se preparam para a aposentadoria e logo encontram um substituto para o trabalho. Porém, para grande parte dos aposentados, o que ocorre é que nos primeiros meses há uma sensação gostosa de férias. Depois, vem o sentimento de vazio; de inutilidade, solidão e algumas vezes a depressão (Pacheco, 2002). Você acorda de manhã e já não tem mais para onde ir, acabou seu compromisso, não tem mais obrigações, já não sabe o que fazer. Você já não é mais o professor, o mecânico ou enfermeira. Aos poucos vai perdendo o reconhecimento social pelo profissional que foi um dia e perde também o reconhecimento de si próprio. É com essa sensação que o aposentado precisa lidar agora.

Os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais são dimensões inter-relacionadas, devendo haver integração, equilíbrio e harmonia entre elas.

A aposentadoria é um período de reestruturação da vida e de valores. É neste período de mudanças extremas que familiares e amigos são de grande importância. Neste momento retoma-se a vida pessoal deixada de lado ou para trás; bom relacionamento entre casais, filhos, amigos fora do ambiente de trabalho. Normalmente os trabalhadores são tão absorvidos pelo trabalho que acabam deixando suas famílias e amigos. O momento de aposentadoria pode ser o momento de reflexão e retomada desses vínculos. É preciso se preparar para a aposentadoria e caso já tenha se aposentado ainda há o recurso de buscar ajuda para torna essa opção uma condição saudável.

A Psicoterapia é um lugar de encontro e de construção: encontro consigo mesmo, no desvelamento de novas possibilidades de realização de seu viver e construção de uma maneira nova de encarar as diversas situações experienciadas em seu cotidiano.

 

        Profa Dra Edna Paciência Vietta

                   Psicóloga Clínica

 

DOR É UMA SÓ: é a dor

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Segundo Breton (1995), a dor, como as doenças, não são apenas manifestações universais de processos orgânicos, mas construções simbólicas que variam conforme os contextos socioculturais e a própria subjetividade do doente.

Pela vertente psicológica, a concepção de dor pode ser enfaticamente concebida como uma experiência perceptiva, sensível, cuja qualidade e intensidade são influenciadas pela singularidade, história de vida e significado atribuído pelo indivíduo à situação produtora de dor, das condições físicas e emocionais e pelo seu estado de espírito do momento.

A Psicologia não diferencia a dor, a não ser por sua causalidade; dor é dor. Parafraseando o poeta Fernando Pessoa, como negar que é dor “a dor que deveras sente?” pela perda, culpa, remorso, traição, injustiça, ingratidão?

Pensada ontologicamente, a dor pode ser definida como a conscientização da certeza da transitoriedade da existência, o medo da eminência de perda de controle sobre a vida, o sinal de fragilidade e impotência humana, diante da certeza da finitude. A dor coloca o homem em conflito com a possibilidade do não-ser.

A dor moral não se aloja em nenhum órgão, não deixa vestígios tissulares, não é palpável, não inflama, mas existe, é pungente, é sentida, quebranta a alma, arrasa, dificulta nossa faculdade de raciocinar sobre coisas tangíveis e intangíveis.

Assim posto, o estudo, avaliação e compreensão da dor e do sofrimento não são passíveis de serem estudados somente através de métodos positivistas, ainda que estes possam nos trazer alguma luz para o seu entendimento.

Aqui, questionamos até que ponto o paradigma newtoniano-cartesiano, sob a égide e pretensão de objetividade científica, onde a natureza funciona como um relógio, nossos corpos sentidos de maneira mecânica e nossa dor e sofrimento tratado orgânica e mecanicamente, não foi a base da desumanização da Ciência, da Tecnologia, da Saúde e do Ser Humano?

Todo pragmatismo, ambição desmedida, consumismo exagerado, arrogância do poder, a inversão dos valores humanos mais elevados não seria resultado desta visão de mundo, na qual o homem é visto como máquina, fragmentado e separado da natureza?

Não podemos desconsiderar que o método analítico cartesiano foi um recurso inestimável e fantástico da evolução da ciência e para o desenvolvimento do mundo moderno; porém, é igualmente inegável suas conseqüências para o descaso dos sentimentos mais íntimos do ser humano.

Embora as diferentes definições de dor nos remetam a traços comuns, como o caráter de subjetividade, a natureza sensível, a condição de desprazer, ainda assim deixam muito a desejar, constituindo-se ainda em uma grande incógnita.

A experiência dolorosa tem forte relação com o nível de dor e a atitude básica do ser humano perante a vida. Por exemplo, aspectos negativos decorrentes de uma falha pessoal, quando não esquecidos “pesam na alma”, constituindo-se num remanescente perturbador, enquanto não reparado ou aliviado através de algum tipo de punição. A pessoa que experimenta a dor como punição, mesmo que aceite procurar ajuda profissional, pode não aderir ao tratamento, recusando-se consciente ou inconscientemente a seguir a conduta médica estabelecida. O fato é que o ser humano participa de forma ativa ou passivamente do processo de adoecer.

O entendimento pelo profissional desta concepção moral da dor e do sofrimento e de seu lugar estruturante na experiência da dor e do sofrimento é decisivo e não deve ser ignorado. É importante estar alerta para os possíveis significados defensivos da dor e do sofrimento, de modo a se compreender as funções da dinâmica, origem e desenvolvimento da metapsicologia de seu simbolismo e sua representação no aparelho psíquico.

Enquanto a abordagem psicológica humanista constata o quanto o cuidado, o acolhimento, a aceitação, a palavra de conforto, a esperança, a fé, a atenção, o olhar terno, sincero, carinhoso e o toque atenuam o sofrimento, amenizam a dor, acalmam o espírito, a neurociência constata que os mecanismos de ação de tais intervenções são capazes de estimular no organismo humano produzir analgésicos endógenos, substâncias naturais, com grande poder anestésico.

É preciso reencontrar o elo perdido, juntar fragmentos, unir forças, rever valores, preservar nossa singularidade, olhar o ser humano em sua totalidade, apreender uma visão de mundo totalizador, tornar o ser humano mais consciente, mais sadio, mais livre, menos normótico.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

Psicóloga Clínica